sábado, 19 de novembro de 2011

Demais valia uma noite fria e chuvosa, ventos e trovões
o calor que havia se desfez em meio ao tempo cinza
o que se ouve agora das janelas são sussurros das gotas de chuva
e não se vê muito além da água que cai ou da escuridão que aqui cerca
não se mistura o claro e o escuro, nem o tudo ao nada
posso sentir o frio que me escorre a espinha me envolver a uma noite assim
demasiado é o pensamento que alcança forma e protege gestos ou sentimentos
que não se lança ao vazio nem aos sonhos, apenas se solidifica no meio triste
na noite longa que me faz sentir o medo de ter apenas uma vez a verdade
o cru e cruel, o santo e belo som da noite, uma noite curva aos olhos do mais importuno
ou até mesmo o silêncio que se vai quando a chuva passa e os olhos se fecham.

Por: Siro Murta Borém

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